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Auditores do Tribunal de Contas do DF vão a campo para examinar qualidade do asfalto novo

O corpo técnico do Tribunal de Contas do Distrito Federal foi a campo nesta quinta-feira, dia 09 de abril de 2015, para colher amostras do novo asfalto das vias urbanas do DF e avaliar a qualidade dessa pavimentação asfáltica. Utilizando uma sonda rotativa, os auditores do TCDF removeram pequenas amostras da capa asfáltica para analisar a espessura do material aplicado na L2 Norte. A ação faz parte do Curso de Obras Rodoviárias com foco na Manutenção e Recuperação de Pavimentos, promovido pela Escola de Contas do TCDF.

Espessura menor que a prevista

As licitações lançadas em 2013 para recuperar as pistas do DF tiveram o valor inicial estimado em cerca de R$ 457.869.430,87. O Programa Asfalto Novo, etapas 1 e 2, engloba todas as Regiões Administrativas do DF. O projeto da obra de recapeamento na L2 Norte previa uma camada de asfalto com espessura de cinco centímetros. Mas, no trecho fiscalizado, foram retiradas amostras com apenas três centímetros, um indício de que a quantidade aplicada de massa asfáltica foi bem menor que a prevista.

Por enquanto, foram feitos apenas testes preliminares. Mas os resultados dos exames serão utilizados na fiscalização que já está em curso no TCDF por meio dos processos 6684/2013 e 20924/2013. “O Tribunal vai avaliar tanto a questão técnica, quanto econômica para que a população do Distrito Federal tenha acesso a um asfalto de qualidade, durável, e com preço justo”, afirmou o presidente do Tribunal de Contas do DF, Conselheiro Renato Rainha.

Compactação e nivelamento da pista

Na ação, também estão sendo avaliados os índices de compactação. Quanto mais compactado, mais rígido e resistente é o asfalto. Os auditores ainda avaliaram o nivelamento da pista. Com a ajuda de uma régua metálica, eles verificaram variações no nível da pista acima do permitido, o que pode contribuir para a formação de depressões e buracos. “Nesse ponto aqui (altura da 610 Norte), a primeira irregularidade que a gente constatou foi um desnivelamento da pista que está com o dobro percentual permitido pela norma técnica”, afirmou o professor Elci Pessoa Júnior, engenheiro civil especializado em pavimentos.

Os ensaios também examinam o percentual de ligante existente no pavimento, material que dá a liga que une todas as outras substâncias que compõem a massa asfáltica. Com o teste, é possível saber se o percentual aplicado na mistura corresponde à taxa definida no projeto original da obra e se obedece à quantidade prevista nas normas técnicas. Se for menor, pode configurar superfaturamento e comprometer a qualidade da obra.

Fiscalização permanente

A fiscalização está sendo feita com a ajuda de um laboratório-móvel cedido por meio de parceria com o Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). Instalado num caminhão, o laboratório apresenta resultado imediato em boa parte dos testes. Outros necessitam de mais tempo de análise. O presidente do TCDF, Conselheiro Renato Rainha, já acenou com a intenção de adquirir um laboratório semelhante para o Tribunal. A ideia é atuar no momento em que a obra está sendo realizada para acompanhá-la em tempo real e evitar possíveis prejuízos.

 

 

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