18/03/2009
FALTAM MÉDICOS NA REDE PÚBLICA DO DF
A Secretaria de Saúde não consegue nem repor os profissionais que perde, muito menos aumentar o número de contratados. Mesmo com concursos, os salários não atraem os profissionais.
A rede pública é composta por 4,3 mil médicos espalhados nas mais de 100 unidades de saúde do Distrito Federal. Mas para a população... “Não tem atendimento”, diz uma paciente.
Em três anos, 2.866 médicos foram aprovados em concursos públicos, mas 690 não se apresentaram. Ou seja, 24% das vagas não foram ocupadas. No concurso de anestesista foram chamados 53 profissionais, mas só quatro apareceram. Desses, apenas um continua no cargo.
A evasão dos médicos é outro problema da Secretaria de Saúde. Entre 2007 e 2008, mais profissionais saíram do que entraram na rede pública. Foram 1.048 exonerações e aposentadorias contra 1.019 contratações.
O problema pode estar na remuneração. O Sindicato dos Médicos avalia que o salário de R$ 3,6 mil para 20 horas por semana não é atrativo. Na rede privada, quem trabalha na clínica médica chega a receber R$ 22 mil. O ideal, segundo o presidente do sindicato, seria R$ 12 mil. O mesmo que um médico legista recebe na Polícia Civil.
“Médico não tem incentivo, não tem atrativo para trabalhar. Além das péssimas condições de trabalho, não só em termos de conforto, mas como de instrumentos para investigar as patologias dos pacientes”, acredita o presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho
Mas o secretário adjunto de Saúde, Florêncio Cavalcanti, contesta. Segundo ele, os salários pagos no DF são os maiores do país. “Competir com a iniciativa privada é um pouco complicado. Nós não temos condição de fazer essa competição. Mesmo porque, na iniciativa privada o atendimento é um pouco diferente. Não cuida da atenção básica, não cuida da urgência, emergência e trauma como o serviço público faz.”
O salário dos médicos que trabalham 40 horas semanais é de R$ 7,2 mil.
DFTV