08/09/2009
AUDITORIA NA FOLHA DA UNIÃO ELIMINA R$ 1,5 BI EM PAGAMENTOS IRREGULARES.
Auditorias na folha de pessoal identificam diversas irregularidades.
O Governo Federal já economizou R$ 1,5 bilhão só com a suspensão de pagamentos irregulares efetuados na sua folha de pessoal, que tem mais de 1,4 milhão de servidores. A economia é fruto de auditorias periódicas feitas em diversos órgãos que integram o Poder Executivo, recadastramentos pontuais, revisão de sentenças judiciais e uma criteriosa verificação dos pagamentos de precatórios.
A última irregularidade detectada foi na Universidade Federal do Avre (UFA), com o pagamento irregular no mês de agosto para 250 servidores ativos e 220 aposentados e pensionistas. O demonstrativo da despesa de pessoal registrou um pagamento a maior de R$ 3 milhões. A folha de pagamentos da Universidade em julho foi de R$ 7,8 milhões e de agosto de R$ 10,9 milhões, sendo o acréscimo proveniente de pagamento de exercícios anteriores, baseada apenas em valores informados.
Com a confirmação da irregularidade, o Ministério do Planejamento suspendeu a senha dos quatro servidores que operavam o sistema, afastou a responsável pela área de planejamento e encaminhou o processo para a Polícia Federal e Tribunal de Contas da União (TCU).
Além disso, cancelou a folha de pagamento da universidade, que terá que pagar R$ 14 mil para reprocessar a folha retirando os pagamentos indevidos.
De acordo com o Ministério do Planejamento, a Secretaria de Recursos Humanos, responsável por definir diretrizes e normas para a administração pública federal, vem realizando auditorias periódicas na folha de pagamentos dos servidores do Poder Executivo, que este ano somará R$ 154 bilhões para os Três Poderes, a segunda maior despesa da República.
FANTASMAS
A Assessoria de Imprensa do Ministério do Planejamento destaca que o detalhamento das auditorias não podem ser divulgados para não atrapalhar as investigações. Mas, entre as irregularidades constatadas foi identificado, por exemplo, o pagamento continuado a servidores de benefícios que haviam sido concedidos por liminares, posteriormente cassadas, além de casos de pessoas que já saíram da máquina pública ou que já morreram e continuavam recebendo pagamento.
Outra providência foi o cruzamento dos dados de servidores federais com servidores estaduais e foi possível perceber que um mesmo servidor prestava serviço ao Governo Federal e ao estado e às vezes em duas carreiras diferentes. Um auditoria realizada em parceria com o governo da Bahia, no primeiro semestre, identificou uma distorção na folha de pagamentos do funcionalismo:
1.035 servidores do estado recebendo salários também no Ministério do Planejamento, num caso típico de duplo vínculo ilegal, em que o servidor contratado em regime de dedicação exclusiva (40 horas semanais) acumula outro posto de servidor, o que seria humanamente impossível de cumprir.
RECADASTRAMENTO
Outra medida que o Ministério do Planejamento deve adotar ainda este ano é o recadastramento geral dos servidores federais ativos, aposentados e pensionistas. Segundo o ministro Paulo Bernardo, o objetivo “não é só cortar despesas e fazer economia. É simplesmente pagar aquilo que é devido, pagar o que é correto e eliminar o que não precisa ser pago”. O recadastramento será feito por meio dos bancos pagadores, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil e caso não seja localizado, será dado um prazo para atualize seus dados, até ser retirado da folha.
SAIBA +
O Governo Federal tem atualmente 538 mil servidores ativos, 363 mil aposentados e 316 mil pensionistas que geram uma folha de pagamentos que neste ano será de R$ 154
bilhões.
O Decreto 2.563, de 27 de abril de 1998, determina que todos os órgãos devam efetuar, anualmente, o recadastramento de seus servidores ativos, aposentados e pensionistas.
Mas, apesar do decreto, alguns órgãos não atualizam as informações dos servidores.
Jornal de Brasília