24/04/2012
CASSADA APOSENTADORIA DE DURVAL BARBOSA
A Polícia Civil do Distrito Federal acatou decisão do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e cassou ontem a aposentadoria especial do delegado Durval Barbosa Rodrigues. O delator da Operação Caixa de Pandora, no entanto, não vai retornar à ativa. Ele obteve o enquadramento jurídico na aposentadoria por tempo de serviço, de acordo com as regras para servidores comuns previstas na emenda constitucional nº 41/2003, a Reforma da Previdência. A mudança foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal de ontem.
O Departamento de Gestão de Pessoas da Polícia Civil do DF analisou a decisão, de 3 de abril, dos conselheiros do TCDF, segundo a qual Durval não cumpriu os 20 anos de trabalho em atividade estritamente policial. Essa é uma exigência para a concessão do benefício. Durval conquistou aposentadoria especial, destinada a delegados, em fevereiro de 2005. O TCDF considerou que, para ser enquadrado nesse critério, ele teria de comprovar ter exercido pelo menos 20 anos na atividade, além de outros 10 anos no serviço público. Levantamento feito pelo tribunal apontou que Durval trabalhou como delegado apenas durante 13 anos, 10 meses e oito dias.
Mudança
Entre 15 de janeiro de 1999 e 9 de fevereiro de 2005, Durval esteve cedido para exercer o cargo de presidente da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), tempo não poderia ser computado para efeito de aposentadoria especial. O diretor-geral da Polícia Civil, Jorge Xavier, disse ontem que houve uma mudança no enquadramento do benefício e Durval poderá perder parte do valor mensal que recebe. "Houve entendimento de que ele não cumpriu os 20 anos de atividade policial exigidos para a aposentadoria especial", explica o diretor-geral.
O advogado de Durval, Dante Maciel, sustenta que seu cliente manteve o benefício integral, uma vez que ele tem mais de 60 anos e tempo de contribuição suficiente para alcançar a aposentadoria. Um eventual retorno de Durval Barbosa à ativa causaria situação inusitada na Polícia Civil do DF. Como delator da Caixa de Pandora, ele anda permanentemente sob escolta da Polícia Federal (PF), responde a várias ações e tem participado de diversas audiências na Justiça, além de ser réu confesso de participação num esquema de corrupção.
Correio Braziliense