O exame das obras rodoviárias faz parte de uma capacitação especial dos auditores do TCDF
Os auditores do Tribunal de Contas do Distrito Federal estão passando por um treinamento específico para avaliar o asfalto nas vias do DF. E, nesta quinta-feira, dia 09 de abril de 2015, às 9h, eles vão utilizar um laboratório instalado num caminhão que retira amostras da pavimentação e realiza testes in loco. Na aula prática, os auditores do TCDF já vão examinar a qualidade do asfalto novo aplicado na L2 Norte. Esse laboratório-móvel – que examina se a pavimentação asfáltica está de acordo com as normas técnicas e com o projeto das obras rodoviárias – deve ser utilizado na Auditoria de Regularidade sobre o Programa Asfalto Novo, etapas 1 e 2. Cedido pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás por meio de uma parceria com o TCDF, o equipamento vai ajudar a inspecionar a nova pavimentação de várias vias urbanas do Plano Piloto e das Regiões Administrativas, como Samambaia e Ceilândia (Processos nºs 6684/2013 e 20924/2013).
O Curso de Obras Rodoviárias com foco na Manutenção e Recuperação de Pavimentos é realizado pela Escola de Contas do TCDF. As aulas práticas e teóricas são ministradas pelo professor Elci Pessoa Júnior, um dos maiores especialistas do país em fiscalização de asfalto. Ele é engenheiro civil, pós-graduado em Auditoria de Obras Públicas e bacharel em Direito, com especialização em Direito Contemporâneo. Participam do treinamento servidores do Núcleo de Fiscalização de Obras, da Secretaria de Auditoria e da Secretaria de Acompanhamento do TCDF, além de servidores do TCE-GO e da Controladoria Geral do DF.
Sobre o laboratório-móvel
O laboratório-móvel, instalado em caminhão tipo baú, analisa amostras de solo e da capa asfáltica da via, extraídas por meio de sonda rotativa. Com as amostras de solo são determinadas a umidade e a compactação do material, dentre outras características. Quanto melhor a compactação, mais durável é o pavimento.
Com as amostras retiradas da capa asfáltica é determinado o teor de ligante existente no pavimento, ou seja, a quantidade de Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP) que confere a coesão entre os outros componentes da massa asfáltica. Com esse exame, é possível saber se o percentual aplicado na mistura corresponde à taxa definida no projeto original da obra e se obedece à quantidade prevista nas normas técnicas. Se for menor, pode configurar superfaturamento e comprometer a qualidade da obra.
Testes simples podem obter ainda a espessura da capa asfáltica e o grau de compactação da mistura. Diferenças entre as medidas obtidas em campo e as quantidades projetadas podem representar impactos financeiros da ordem de centenas de milhares de reais no custo final de uma obra. “Numa estrada de 30 km, por exemplo, a diferença de apenas meio centímetro na espessura da camada asfáltica pode ter um impacto de mais de R$ 500 mil no custo final da obra”, explica o engenheiro e auditor Elci Pessoa Júnior.