Roda de Conversa no TCDF dá voz à luta das mulheres por direitos e igualdade

0
24

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) foi palco de um diálogo inspirador com a Roda de Conversa Mulheres em Movimento, realizada nesta terça-feira, 11 de março, pela Escola de Contas. O encontro reuniu mulheres que, por meio de suas iniciativas e histórias de vida, têm promovido mudanças significativas na sociedade, ampliando o debate sobre direitos, igualdade e inclusão.

Durante a abertura do evento, o presidente do TCDF, Conselheiro Manoel de Andrade, ressaltou a importância de a mulher ocupar espaços na sociedade. “A mulher precisa estar inserida no mercado de trabalho, na política e em todos os espaços que ela quiser. O tempo em que se acreditava que a mulher deveria trabalhar apenas em casa, cuidando dos filhos e do marido, já passou. A mulher pode assumir outras funções. E, para isso, nós, enquanto sociedade, precisamos lutar por políticas públicas que garantam igualdade de direitos.”, defendeu.

Já a secretária de Estado da Mulher, Giselle Ferreira, lembrou que a discussão sobre políticas públicas para mulheres é sempre urgente. “Nós queremos um mundo melhor, mas precisamos entender que, para que este mundo seja melhor, ele precisa ser melhor para as mulheres. Somos a maior parte da população e, apesar disso, o Brasil é o quinto país que mais mata mulheres. A cada seis horas, uma mulher é vítima de feminicídio no nosso país.”

Durante o encontro, as convidadas Cristina Fátima Guimarães (Frente das Mulheres Negras do DF), Rosilene Silva da Costa (Movimento Autônomo de Mães Ativistas – Mama), Maria Magnólia Barros Lins (Associação Mulheres das Águas de Sobradinho – Amas) e Polliana Machado (Rede Elas) trouxeram relatos impactantes sobre suas trajetórias, desafios e conquistas.

A conversa abordou temas como a luta contra o racismo e o sexismo, a violência contra as mulheres, o direito das mães e das crianças, além do engajamento feminino na sustentabilidade.

Em sua fala, a representante do Mama ressaltou a importância das políticas públicas para as mulheres. “Eu fui a primeira mulher da minha família, tanto do lado materno, quanto paterno, a entrar na universidade, graças às políticas públicas. Essas mesmas políticas têm permitido que meus parentes sonhem com um futuro melhor.”, revelou.

Já Polliana Machado lembrou a importância de normas, como a Lei Maria da Penha, para as mulheres vítimas de violência. “A violência contra a mulher sempre esteve presente na minha vida. Minha mãe foi vítima de violência doméstica em uma época em que ainda não existia a Lei Maria da Penha, então ela não tinha a opção de pedir ajuda ao Estado, apenas à família e à rede de apoio. Foi assim que conseguiu se libertar. Mais tarde, passou a atender outras mulheres no Disque 180, oferecendo acolhimento e escuta. As políticas públicas de assistência social foram fundamentais para sua reconstrução.”, lembrou.

Por outro lado, Magnólia Barros lembrou da importância das mulheres em pautas como a preservação do meio ambiente para garantir o futuro das próximas gerações. “Eu entendo que os movimentos das mulheres e do meio ambiente sempre estiveram juntos. Não há como desvinculá-los. Essa questão é crucial, principalmente diante dos extremos climáticos que temos vivido. As mulheres negras e vulneráveis são as mais afetadas por essas mudanças. Por isso, a luta das mulheres precisa somar forças com a luta ambiental.”, alertou.

Por fim, Cristina Fátima reconheceu a importância de órgãos de fiscalização dos serviços e políticas públicas, como o TCDF, abrirem espaço para discussões sobre igualdade de direitos das mulheres. “Neste mês em que comemoramos as mulheres, reconhecemos a importância desta iniciativa do Tribunal de dialogar com os movimentos sociais, ouvir suas demandas e fortalecer as políticas públicas voltadas à melhoria das condições de vida de todas as mulheres do DF.”, elogiou.

Também estiveram presentes no encontro a subsecretária de Proteção à Mulher, Luana Maia; a subsecretária de Prevenção à Criminalidade, Regilene Siqueira; a representante do Instituto Viva Mulher Direitos e Cidadania, Lúcia Bessa, e o presidente da Associação da Agricultura Familiar e dos Pequenos Produtores Rurais do Assentamento 10 de Junho, Cirênio Vieira.

Confira aqui as fotos do evento!