A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) informou que vai revogar o edital da primeira etapa de obras na Ponte JK, após reconhecer a necessidade dos ajustes apontados pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). A decisão foi confirmada nessa segunda-feira (17), durante reunião entre representantes da Novacap e relator do processo que analisa a licitação na Corte, desembargador Renato Rainha. Também participaram do encontro auditores de controle externo do TCDF.
A licitação havia sido suspensa pelo Tribunal devido a falhas no planejamento da obra, como a falta de justificativa técnica para a exclusão de alguns blocos de fundação do projeto e a ausência de critérios claros para o tratamento de fissuras. Além disso, a Corte de Contas identificou inconsistências nos preços unitários de diversos serviços e exigiu maior transparência na composição dos custos da obra.
Durante a reunião, a diretoria da Novacap relatou que uma nova inspeção visual foi realizada com apoio do Corpo de Bombeiros e que os apontamentos do TCDF levaram a um aprofundamento nos ensaios estruturais. Uma das principais mudanças será a ampliação dos estudos técnicos nos pilares e blocos de fundação.
Há dez anos, uma análise por amostragem avaliou apenas quatro pilares da ponte. Agora, todos os 12 blocos e pilares serão inspecionados, incluindo aqueles submersos. O objetivo é verificar como a ação da água pode estar impactando a estrutura de concreto, identificando possíveis fissuras causadas por reações físico-químicas ao longo do tempo.
Na reunião, os técnicos da Novacap reconheceram que a licitação original não contemplava todas as exigências técnicas e que o modelo inicial de contratação contribuiu para o fracasso da concorrência pública. A companhia explicou que, diante das dificuldades enfrentadas, decidiu dividir a revitalização da ponte em sete licitações distintas. Essa mudança foi motivada pelo fato de que os serviços exigem conhecimentos altamente especializados e que diferentes empresas têm qualificação para realizar atividades específicas, como a pintura dos arcos da ponte.
Os representantes da Novacap também informaram que as juntas de dilatação já foram licitadas e serão substituídas em breve, provavelmente entre março e abril deste ano. Essas peças são essenciais para permitir a movimentação natural da estrutura sem causar danos à ponte. O relator do processo reforçou que irá acompanhar de perto essa etapa.
Apesar das correções necessárias, a Novacap garantiu que não há risco imediato de desabamento da Ponte JK. A companhia se comprometeu a revisar integralmente o projeto para garantir que as obras sigam as melhores práticas de engenharia estrutural e atendam às determinações do TCDF, assegurando mais transparência e qualidade na execução dos serviços. “Nós pedimos que a nova licitação seja conduzida com a máxima urgência, considerando a importância da obra para a segurança e a mobilidade da população”, concluiu o desembargador Renato Rainha.