Companhia seguirá recomendação do TCDF para garantir mais segurança e durabilidade à estrutura
A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) informou ao Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) que vai seguir a recomendação da Corte e priorizar a análise de toda a estrutura da Ponte JK antes de licitar as obras de reforma. Além de ter sido feita há mais de 10 anos, a última inspeção no local foi realizada em apenas quatro dos 12 blocos e apontou que havia fissuras em três deles. O relatório da vistoria também havia apontado a utilização de material sujeito à deterioração.
O relator do processo que analisa a licitação da reforma no TCDF, conselheiro Renato Rainha, solicitou à Novacap que uma nova inspeção fosse realizada com a máxima urgência e, desta vez, abrangendo toda a parte estrutural. Um dos pontos mais enfatizados por ele é a necessidade de um diagnóstico da real situação dos blocos de sustentação, já que avaliação anterior indicou a existência de rachaduras e possível deterioração do concreto pela ação da água. “A nossa maior preocupação neste momento é com a segurança de quem utiliza a ponte”, frisou o conselheiro Renato Rainha.
O TCDF também já havia feito um alerta de que a licitação poderia fracassar, pois não há uma definição sobre o real estado de conservação da ponte e das necessidades de intervenção no local. Além de instalar as novas juntas de dilatação para preservar a integridade da ponte e pintar os arcos para restaurar a beleza desse cartão-postal de Brasília, a Novacap sinalizou que vai focar nas inspeções para verificar se há patologias nas fundações e nos estais, que são as estruturas que sustentam os arcos.
Para realizar os estudos técnicos, a companhia deve contratar empresas que disponham de equipamentos especializados, como microscópio eletrônico de varredura para verificar as condições dos pilares. A medida vai ajudar na definição de critérios claros para o tratamento de trincas e outros possíveis problemas na estrutura. “Com um melhor planejamento da obra a ser licitada, reduzimos problemas durante a execução, minimizamos impactos no trânsito, evitamos atrasos no cronograma, e possibilitamos maior segurança jurídica e técnica para as empresas interessadas em participar do processo licitatório”, completou o relator do processo no TCDF.
O relator do processo e os auditores do TCDF vêm se reunindo periodicamente com gestores da Novacap para discutir pontos críticos do edital, como a matriz de riscos, o orçamento, as garantias e o impacto no trânsito. Um dos alertas feitos pelo Tribunal foi em relação às juntas de dilatação, que foram substituídas parcialmente entre 2020 e 2021, mas voltaram a apresentar problemas em menos de três anos. Após as orientações dos engenheiros do TCDF e dos encontros feitos na Corte, os técnicos da Novacap passaram a adotar critérios mais rigorosos de desempenho e exigir garantias, tanto para as juntas quanto para outros elementos da estrutura, como os cabos e a pintura.